Parlamentares de oposição exigiram que o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, renuncie após um jornal deste sábado (30) mostrar supostos detalhes do premiê pedindo para a polícia libertar uma garota marroquina de 17 anos, presa por roubo.
A saga da garota, uma dançarina com nome de palco Ruby, e seus laços com o líder de centro-direita de 74 anos explodiram no mais recente escândalo sobre a vida privada de Berlusconi.
Os jornais foram inundados com detalhes de festas que ela teria frequentado na residência de um magnata de mídia. Segundo a imprensa local, a garota chamava as festas de bunga-bunga - em aparente referência a uma piada maliciosa de sexo - e o termo já ganhou vida própria nas ruas.
Berlusconi, que passou por outros escândalos ligados a acompanhantes e uma adolescente no ano passado, diz que ajudou Ruby quando ela estava tendo problema com a polícia, mas nega que tenha interferido no sistema judicial.
Primeiro-ministro ajudou a impedir prisão de dançarina
O jornal Corriere della Sera publicou hoje detalhes de uma conversa telefônica que Berlusconi teria tido com o chefe de polícia de Milão quando Ruby estava presa por roubo, em maio.
De acordo com o periódico, Berlusconi pediu que ele não mandasse Ruby para um abrigo, dizendo "Nós conhecemos essa garota, mas sobretudo eu quero explicar para você que ela foi identificada a nós como parente do presidente egípcio (Hosni) Mubarak."
Berlusconi teria prometido, então, enviar uma assessora de confiança - uma autoridade regional que já foi dentista do premiê - para tomar conta da garota. A assessora confirmou aos jornais que ela havia buscado a garota no departamento de polícia.
Os aliados de Berlusconi negaram as alegações de interferência.
Popularidade de Berlusconi cai
As taxas de aprovação de Berlusconi têm caído de forma regular, abaixo de 40%, graças a um pacote de austeridade fiscal, a disputas internas do governo e a escândalos de corrupção.
Mas pesquisas mostram que ele continua na frente da oposição esquerdista. A principal ameaça ao governo ainda é a disputa amarga com o ex-aliado Gianfranco Fini, cujo apoio é necessário no Parlamento.
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