O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, convenceu neste domingo (6) o ministro das Relações Exteriores do regime de Muammar Gaddafi a permitir que uma equipe de "avaliação humanitária" visite Trípoli e nomeou um enviado especial para lidar com o regime, informou seu porta-voz.
O ex-chanceler jordaniano Abdelilah Al Khatib irá realizar "consultas urgentes" com o governo de Gaddafi sobre a batalha crescente com rebeldes e trabalhar na crise humanitária que ela causou, informou o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
As Nações Unidas exigiram acesso "urgente" à cidade de Misrata, controlada pelos rebeldes, que sofreu ataque das forças do regime neste domingo. O secretário-geral da ONU expressou uma preocupação crescente com o que ele chamou de uso "desproporcional" da força por Gaddafi.
Ban "apelou fortemente pelo fim das hostilidades" em conversas por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Líbia, Mussa Kussa, disse Nesirky.
O secretário da ONU pediu que o governo de Gaddafi "garanta a segurança de todos os cidadãos estrangeiros e o livre acesso das organizações humanitárias às pessoas necessitadas".
A equipe de avaliação humanitária está sendo organizada pelo Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
Não foi divulgado em que partes de Trípoli ela será autorizada a ir ou se poderá viajar para outras cidades.
Ban conversou com Gaddafi em 21 de fevereiro, mas foi incapaz de convencer o líder líbio a pôr um fim aos protestos da oposição, que segundo grupos de direitos humanos já deixaram milhares de mortos. O Conselho de Segurança ordenou sanções contra Gaddafi cinco dias depois.
A ONU afirmou que o ex-chanceler jordaniano deve ir à Nova York nesta semana antes de assumir suas responsabilidades na região.
Vitória de forças de Gaddafi foi duro golpe para rebeldes
Os ataques de forças leais do ditador Gaddafi a Ras Lanuf e Bin Jawad provocaram um retrocesso nos avanços rebeldes neste domingo. Os combates se concentram hoje nas cidades de Zawiya e Misrata, no oeste do país, e em Bin Jawad, no leste.
Diante disse, os rebeldes ao leste da Líbia se reorganizaram e avançaram em direção a Bin Jawad, depois que as forças leais a Gaddafi emboscaram grupos opositores, expulsando-os da cidade no inicio do dia.
Bin Jawad fica na estrada a caminho da terra natal de Gaddafi, Sirte, que os rebeldes pretendem atacar.
Ex-ministro diz que EUA já podiam ter derrubado Gaddafi
O governo dos Estados Unidos pode ter perdido a oportunidade de derrubar o líbio Muammar Gaddafi porque ficou parado no momento de ajudar os rebeldes no início da revolta na Líbia.
A afirmação foi feita hoje pelo ex-ministro líbio da Imigração Ali Errishi - que renunciou pouco depois do início da rebelião há três semanas – entrevistado no programa State of the Union do canal CNN.
- Eu disse, nos ajudem um pouco agora. Era apenas um pequeno empurrão que se precisava em meio ao caos, quando os leais a Gaddafi recuavam e vários altos funcionários do governo e comandantes militares abandonavam o regime. Mas os EUA arrastaram os pés, não sei por quê.
Errishi também disse que não há dúvida de que o ditador se negará a negociar os termos da saída, após quase 42 anos no poder.
O presidente americano, Barack Obama, disse que todas as opções estão sobre a mesa a respeito da Líbia, inclusive a militar.
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