O delegado Felipe Ettore informou na tarde desta segunda-feira (11) que as investigações sobre o massacre que deixou 12 crianças mortas e outras 12 feridas na última quinta-feira (7) em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, passam a ser de responsabilidade da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), que aguarda retorno dos provedores de internet para a quebra de sigilo das contas de e-mail de Wellington Menezes de Oliveira. Para o delegado da DH (Divisão de Homicídios), as investigações terminaram.
- O caso está encerrado, ok?
Já a DRCI pretende saber que tipo de sites o assassino visitava, o conteúdo das mensagens e com quem as trocava. Manuscritos apreendidos pela polícia revelam que o atirador cita duas pessoas, Abdul e Philip, mas ainda não se sabe se eles realmente existem ou se são fruto da imaginação de Wellington.
A polícia esteve na casa do atirador, no bairro de Sepetiba, na zona oeste do Rio de Janeiro com a intenção de colher provas que pudessem ajudar na compreensão da tragédia e fazer o levantamento do perfil psicológico do assassino. Na casa do atirador a polícia encontrou um rastro de destruição: computadores e eletrodomésticos queimados, provavelmente com a intenção de dificultar a ação dos policiais.
Na noite do ataque, que aconteceu na última quinta-feira (7), a DH já havia concluído a perícia na escola. O inspetor Guimarães, responsável pela análise, disse que o assassino deve ter atirado de maneira aleatória contra os alunos. Após verificar as imagens do circuito interno da escola, a DH concluiu que Wellington não sabia manusear a arma adequadamente. As investigações apontam também que o atirador não tinha nenhum tipo de envolvimento com qualquer grupo extremista.
Na noite de sexta-feira (8), a DH prendeu dois homens que venderam uma das armas para Wellington. O chaveiro Charleston Souza de Lucena, de 38 anos, e o vigia Isaías de Souza, de 48 anos, confessaram que ajudaram o assassino a comprar a arma. Cada um teria recebido R$ 30 para o trabalho, de acordo com os depoimentos. Tanto Lucena quanto Souza assumiram que venderam a arma para Wellington e tiveram prisões preventivas decretadas pelo plantão judiciário do Rio de Janeiro. Ambos já tinham passagem pela polícia. Segundo o delegado, eles serão indiciados por venda ilegal de arma de fogo e podem pegar de um a oito anos de prisão.
O inquérito será concluído em 30 dias e será encaminhado para o Ministério Público.
Entenda o caso
Por volta das 8h de quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).
Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez vários disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.
Duas adolescentes baleadas, uma delas na cabeça, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.
Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.
Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados na sexta-feira (8) e uma foi cremada na manhã de sábado (9).
O corpo do atirador permanece no IML. Ele ficará no local por até 15 dias aguardando reconhecimento por parte de um familiar e liberação para enterro. Caso isso não ocorra, o homem pode ser enterrado como indigente a partir do dia 23 de abril.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
"O caso está encerrado", diz delegado da Divisão de Homicídios
17:26
News e Você
No comments
0 comentários:
Postar um comentário