O governo está disposto a reduzir a tributação sobre os combustíveis para impedir que uma eventual elevação dos preços nas refinarias chegue ao varejo, afirmou nesta segunda-feira (18) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliando não ser necessária uma alta imediata.
Segundo ele, o governo poderá reduzir a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina e o diesel para compensar um eventual aumento do preço desses combustíveis na refinaria, se a Petrobras decidir fazê-lo.
- Em algum momento a Petrobras poderá ter que elevar os preços, mas iremos neutralizar isso com a queda da Cide.
A estratégia já foi usada anteriormente pelo governo federal e nos últimos dias circularam comentários na mídia de que possivelmente voltaria a ser utilizada, já que a equipe econômica busca aliviar pressões inflacionárias e um aumento dos combustíveis no varejo seria bastante indesejável.
Mas Mantega diz acreditar que não chegou o momento, ainda, de a estatal mexer nos valores na refinaria.
- Não é necessária uma alta imediata dos preços da gasolina.
O ministro acrescentou que os valores do combustível para os consumidores poderão cair um pouco nas bombas com o avanço do processamento da safra de cana-de-açúcar.
A Petrobras mexeu nos preços dos combustíveis pela última vez em junho de 2009, quando reduziu a gasolina em 4,5% e o diesel em 15%, já que os valores do petróleo haviam caído bastante no mercado internacional seguindo a crise financeira global.
Na ocasião, o governo elevou a Cide e praticamente anulou qualquer mudança no valor desses combustíveis nos postos.
Na última vez que a Petrobras aumentou a gasolina e o diesel, em maio de 2008 (10% e 15%, respectivamente), o governo havia reduzido a Cide, também evitando mudanças dos preços na bomba.
A Petrobras enfrenta um cenário desafiador no mercado local em relação à gasolina, já que a procura cresceu muito devido aos elevados preços do etanol nos últimos meses, que fizeram os donos de carros flex se afastarem do combustível da cana-de-açúcar.
A estatal precisou importar nafta, para elevar o volume de produção de gasolina em suas refinarias, e mesmo comprar diretamente gasolina no exterior, a preços elevados.
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